2007-03-28

Sou do Tamanho do Que Vejo


















Pessoa é o poeta múltiplo, o que precisa de imensas vozes diferentes para retratar a variedade infinita da vida. É, como ele próprio se define, uma sinfonia tocada por uma orquestra oculta que reside na sua alma. Este espectáculo pretende fazer ouvir parte dessa música que, às vezes, evoca a saudade ou a tragédia, mas também o humor, a ironia e o deslumbramento de estarmos vivos, mesmo que nunca saibamos se esses movimentos que vemos e ouvimos são reais ou sonhados; pouco importa, é nisso que consiste o teatro.

O espectáculo nasce de alguns textos que, como fragmentos encontrados no mítico baú do nosso autor, se convertem numa mensagem ao público, como as que lançavam os náufragos das suas ilhas desertas. Vai-se tecendo um diálogo com o espectador, feito de cumplicidades, confissões, graças, reprovações, malentendidos e surpresas… e em que os actores brincam a ser um e vários ao mesmo tempo, algo muito próprio de todas/os as/os Pessoas.

Atrever-se a seguir Fernando Pessoa, é atrever-se a olhar o mundo e nós próprios com uma radical transparência, desfazer os preconceitos, as grandes ideologias, os grandes sistemas de pensamento. É descobrir como crianças a terrível beleza que nos rodeia e a partir de aí aprender a ser outros… Nada parece mais necessário e actual.

Ouçamos o poeta...

Sábado 7 de Abril no Teatro Aveirense

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